A falta de esmaltes e pesadelos

Eu, que nunca fui de sofrer, hoje, estou sem unhas. As roí. Roí sem pensar na vaidade e na manicure. Roí como se estivesse roendo a agonia que me corrói por dentro.

A agonia que me consome ao saber que outras escutam as palavras que, antes, eram minhas. Ao saber que outras riem das piadas bobas que, antes, eram contadas pra mim. Saber que suas mensagens e ligações agora estão destinadas a um número que eu - infelizmente - conheço.

Passo o dia inteiro evitando esses pensamentos, mas as horas mais difíceis são à noite. Quando o silêncio e o escuro, meu quarto e minhas coisas, meus livros e meu celular (sempre à sua espera), me lembram você. Você e sua voz. Sua voz e seus olhos. Seus olhos e seus sorrisos. Seus sorrisos que sempre vinham antes dos beijos.

Os beijos que me tiravam o sono ao relembrar. Que hoje me tiram o sono pela falta.

A mesma falta que me faz o sono nesse momento ao olhar o celular pela milésima vez.

Eu e metade de mim... sem unha, sem sono e sem você.

Em Amor Lembranças Saudade