Entre coar e corar

Por: | quarta-feira, abril 23, 2014 1 comentário
  Eu, que sempre tive pavor de despedidas, engoli seco e aceitei te ver partir junto com o sol, todos os dias. Nas noites, entre eles, eu praticava um discurso falho de que tudo bem se o seguinte amanhecesse nublado e você não voltasse.
Como se eu não precisasse da sua gargalhada e as linhas que se formam em volta do seu olho quando você sorri, pra viver. Me enganava como se seu cabelo bagunçado, sua roupa tão bem passada e o jeito prepotente de falar, não me fossem essenciais. Como se eu suportasse ficar sem sua mania de me contradizer e de coçar a cabeça quando fica sem graça. Como se eu não amasse a sensação de insegurança quando você sumia e a paz do alvoroço daquelas borboletas no meu estômago, quando voltava.
  Pela primeira vez, eu não consegui pesar prós e contras, seus defeitos ou meus apegos e vontades, porque eu só consegui querer. Abri a janela pros dias que vêm e me dispus a enfrentar o conflito da sua chegada e permanência. E, por isso, quero que você me diga por quanto tempo pretende ficar. Preciso saber se te preparo um café ou te preparo pra minha vida.

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