Até foi, mas foi-se.

Por: | quinta-feira, maio 03, 2012 Deixe um comentário
Era o seu número que eu queria ver no visor antes de dormir, e a sua voz me dando boa noite. Eu queria que fosse seu o cheiro na minha roupa e seu sorriso me esperando no portão. Era teu nervosismo que eu queria acalmar, suas músicas que eu queria escutar e que fosse a sua pele me aquecendo. Eram os seus sonhos que eu queria ouvir e realizar, nos seus planos que eu queria estar. Queria que fosse você no domingo chuvoso, e você no sofá conversando com o meu pai. Era você que eu queria me esperando na sexta-feira. Que fosse o seu café da manhã que eu preparasse. Você no almoço de família.
Você. Em cada palavra e em cada sorriso, em cada gesto que qualquer um fazia. Era sempre você que eu procurava, seu jeito, sua mania. Um pouco do seu amor em cada um que passava. Até que realmente era. Era.
Chegou, sentou, e logo foi embora. Nem esperou o café. Nem fumou o cigarro.
Veio, esquentou o lugar, e deu espaço para o vazio. Esqueceu a porta escancarada, mas levou a chave. Deixou a ventania bagunçar tudo aqui dentro.
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