Uma rasura encontrada

Por: | segunda-feira, novembro 21, 2011 1 comentário
Só mais uma vez.
Eu queria olhar você. Não de longe, como agora é de costume. Olhar daquele nosso jeito. Eu queria tocar a sua pele, sentir o seu perfume, e fingir que nunca existiu todo esse tempo nos separando.
Queria dessa vez ter a coragem de te dizer tudo o que venho sentindo, escrevendo e guardando durante esses meses. Te entregar todas as rasuras que estão perdidas dentro dos meus cadernos.
Tudo o que temos agora é aquele "Oi, tudo bem?", sem nem olhar nos olhos, ao nos esbarrarmos por aí uma ou duas vezes por mês.
Eu que sempre fui tão segura, agora, às vezes, tenho umas crises de choro e desespero. Sem fim. Sem motivos. Que começam todas as noites enquanto fico imaginando você sentindo a minha falta.
Sentindo a falta que eu não faço. A falta que falta faltar.
Eu já perdi a conta de quantos textos eu escrevi na esperança de que você leia. Não leu, não viu, não me ouviu. Não percebeu. Ou ignorou. Prefiro pensar que nunca suspeitou. Seria burrice permitir que um sentimento como esse que existia entre nós passasse dessa maneira. Passando.
Combinamos que não era amor. E não era. Não é. É só um carinho, um ciúme, um sorriso, um olhar, uma admiração, um afeto. Tudo muito parecido, mas não amor.
É só uma saudade. Saudade dos sonhos, dos cheiros, dos gostos. Saudade das carícias trocadas, das palavras doces. Do olhar carinhoso, dos planos loucos.
Saudade de quem eu era quando tinha você. Mesmo nunca o tendo de verdade. Saudade.

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