Eu nunca fiz questão de dizer que te amava, mas você sempre soube. Hoje eu acordei com uma vontade louca de te ligar pra dizer que ainda tenho seu número, sim. E que meu celular continua embaixo do travesseiro durante a noite inteira, em uma esperança falha de que você torne a ligar. Sei lá, você sempre disse que ouvir minha voz rouca e sonolenta durante a noite te fazia feliz. E talvez você até pudesse sentir saudade, sabe? De ser feliz - porque eu sinto. Saudade de ser feliz da maneira mais natural do mundo, sem fazer grandes esforços: sorrir pelo sorriso de alguém.
Tudo ao seu lado era fácil. Viver nunca foi tão bom. Pela primeira vez na vida eu preferia ficar acordada a sonhar. Acordar para enfrentar um novo dia chegava a ser prazeroso, só pela certeza deliciosa de que você faria parte dele - que fique claro.
De vez em sempre acho que ninguém nesse mundinho a fora tem o poder de me fazer sentir viva dessa maneira. Mas você... droga! Você conseguia isso sem esforço. Sorria e sussurrava que me queria e eu me sentia única. Me sentia invencível. Pronta e suja o suficiente para enfrentar qualquer coisa só para poder estar ao seu lado. Você trazia a tona tudo o que havia de melhor em mim. E agora, sem você, a última vez que sorri sem querer foi quando lembrei que o número mascarado por um codinome, para me enganar durante as madrugadas, era seu.