O abrir de olhos após o beijo

Por: | domingo, janeiro 13, 2013 Deixe um comentário

Ontem eu fui deitar, mais uma vez, imaginando como seria se eu dissesse tudo, mas a gente nunca tem tempo e vive brincando de adiar.
Eu poderia dizer como eu te esperava quando a gente marcava qualquer coisa, do jeito que eu olhava o relógio e andava de lá pra cá, sem conseguir me concentrar em nada por conta das borboletas malditas no meu estômago, que sempre foram mais fortes do que eu. Imaginando cenas e falas para que depois você me deixasse sem nenhuma delas.
Contar o quanto eu planejava todas as noites, antes de dormir, algum jeito de te fazer enxergar que fomos feitos um para o outro. Te mostrar que eu era sua e que você era meu. Simples assim. Sem aviso prévio ou contrato. Sem permissão. Assinado apenas por olhares tratantes. Coisa que nunca havia sentido, até conhecer você.
Eu não entendo como é que pode você nunca ter percebido que suas mãos tinham a forma exata da minha cintura. Que nossos lábios foram milimetricamente planejados para estarem colados. Nossos dedos se encaixavam com afinidade. E minha maior certeza era quando seus olhos refletiam os meus, não existia lugar e momento mais exatos para estar.
Queria que você enxergasse que uma tarde era pouco para tudo o que nós tínhamos para viver. Que hoje eu te amo com a mesma intensidade a qual te odiei um dia. Queria que você soubesse quantas vezes já fiz outras pessoas imitarem seu sorriso, só pra ver se a saudade diminuía. Outros abraços, só pra ver se substituía. Soubesse o quanto eu queria dizer "fica! fica mais um pouco... fica pro resto da vida!" a cada despedida.
É só que... Velas de aniversário, trevo de quatro folhas, virada de ano, estrelas cadentes, horas iguais, cruzar dos dedos... Nada disso te fez ficar até agora.
E hoje eu acordei disposta a abrir esses olhos que você diz sempre tão atentos a tudo. Menos ao que sempre esteve estampado na minha testa.

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