O que quase transborda toda vez

Por: | segunda-feira, fevereiro 04, 2013 Deixe um comentário

Comecei a semana lendo e ouvindo os mesmos conselhos de sempre. Minhas amigas leiloando meu coração, apostando que aparecerá alguém melhor. Mais alto, com um ombro mais largo, com números mais baixos na balança, um cabelo mais liso e um coração mais entregue. Alguém disposto a enfrentar qualquer coisa para estar ao meu lado ao invés de sumir durante semanas e enviar mensagens dizendo que está com saudade. Como se isso fosse a razão de todos os "sim" que eu já disse.
Elas dizem que eu preciso ir à lugares novos, conhecer pessoas diferentes. Parques, shoppings e baladas. Todos os lugares que eu sei que nunca te encontraria. E eu tento, juro que tento. Mesmo que eu faça o caminho mais longo só para passar em frente a sua casa. Mesmo que eu erre a rua todas as vezes, só para ter a chance de esbarrar com você perto do seu trabalho. Faço isso umas duas vezes por semana e aos domingos escrevo e apago mensagens, ao som daquela música. Você nem deve imaginar que é a nossa...
Eu sei que o problema nunca fui eu. Você é que tem medo de se entregar e gostar da sensação. Tem medo de deixar que saibam quem você é de verdade. E eu me pergunto diariamente por quê só eu te conheço tão intensamente. A ponto de querer viver a sua vida, nem que seja dez minutos por semana. Ou uma hora por mês. 
Eu sinto falta das nossas conversas sobre o que não conto pra ninguém. Das suas ligações que interrompiam meus filmes. Parece bobagem, mas eu gostava da sensação de saber que o lugar ao seu lado no carro era meu. Quase tão boa quanto ver seus olhos fecharem, enquanto eu fazia cafuné. A sensação de saber que eu posso sim me jogar de cabeça, porque esse amor não é nada raso.
Não adianta ir à esses lugares procurando o que só encontro em você. Não quero te trocar. Nunca quis. Quero provar pra elas, pra você e pra mim, que podemos continuar assim, sustentados pelos pilastres dos defeitos um do outro.
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