Epidemia

Por: | domingo, setembro 29, 2013 Deixe um comentário

Dia desses um conhecido comentou que somos contagiosos. Nós e essa quase-relação absurda. Absurda de tão grande, tão forte, tão quente, tão espontânea, tão nós. Intensa. Disseram que levamos os outros à quererem cometer uma loucura semelhante a nossa.
E quem não quer? Eu me pergunto.
Quem não quer ser um de nós, que quando o corpo não aguenta mais, tem o peito do outro pra ficar em paz? Quem não quer os nossos abraços de reencontro - que são os mesmos depois de minutos, horas, dias ou semanas - que nos selam tão apertados feito um nó. Afinal, é isso que somos. Um nó. Somos um só.
E quem não quer ser um só, feito de dois? Cantou nossa música em minha cabeça.
Quem não quer trocar uma briga de gritarias pelas nossas ironias? Nosso arrepio a cada toque, os convites feitos apenas por olhares e as vontades escancaradas por sorrisos. Quem não quer?
Os rotineiros que nos perdoem ou agradeçam, pois são os únicos livres de nosso contágio. De resto, os outros se sentiriam um pouco contaminados quando nos encontrassem por aí. Tenho certeza. E, mais do que isso, motivados a ter um pouquinho da gente em cada relação.
Não que sejamos perfeitos, longe disso. Muito longe disso. 
Mas é que somos aqueles que até mesmo quando fingem não se conhecer, todos percebem que nascemos um para o outro. E outro para o um. 
O universo inteiro sente a força da nossa atração, inclusive quando nós dois insistimos em dizer não.
Comentários
0 Comentários

0 comentários:

Postar um comentário